quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BOMBEIRO 24 HORAS POR DIA, TODOS OS DIAS


Por Jabs Barros (José Augusto)

Se as palavras emprego e profissão lembram trabalho com intuito de remuneração, isso nem sempre se aplica a algumas atividades. Os bombeiros, por exemplo, desempenham a sua atividade de salvar vidas 24 horas, todos os dias. Mesmo em sua folga, em passagem por algum local, acontecendo algum problema com a população, esse bombeiro que presencie tem a obrigação de ajudar, mas que não faz por isso, e sim, por missão, por compromisso com a vida e necessidade própria de ajudar o próximo.

O bombeiro atua em diversas áreas, não se limitando apenas a algumas, sua esfera de atendimento é bem ampla. É possível citar algumas como o atendimento pré-hospitalar, o salvamento no mar, o combate a incêndio, o resgate em enchentes, até outras menos difundidas, como: captura de animais que ofereçam riscos, prevenção contra incêndio e pânico, corte de árvores quando existe risco iminente de queda e muitas outras. Porém, apenas um texto jornalístico não seria possível para citar todas as áreas de sua competência.

Geralmente, a operacionalidade do bombeiro dura em torno de 24 horas dentro do quartel, atendendo aos chamados da população. No final de sua jornada de trabalho, é feita a passagem de serviço e outros militares assumem o plantão. Mas no caminho para casa, durante o seu dia com a família, ou até mesmo durante sua noite de sono, ele não deixa de ser bombeiro, pois vizinhos, amigos ou familiares, sabendo no que trabalha e precisando de um auxílio, sempre entrarão em contato.

Não existe uma bola de cristal que visualize o momento de um acidente para que se possa evitar, como na ficção, todos sabem que ele acontece de forma inesperada. É exatamente nesse momento que o bombeiro entra em ação. Algo do tipo aconteceu com os soldados Jhonathan e Lívia Moura, bombeiros em Alagoas desde 2006. Eles se depararam com um acidente de bicicleta onde a vítima caiu sobre o asfalto. Os dois, que estavam se deslocando para o trabalho, prontamente pararam para ajudar.

Nessa mesma época, Lívia Moura estava gestante e mesmo assim não hesitou em ajudar. Os dois prestaram o devido socorro, acionaram a viatura que foi ao local para concluir o atendimento com os equipamentos necessários. “Você sente o dever em ajudar”, disse Lívia. A mesma já teve que ajudar uma vizinha, uma senhora que estava passando mal e, por saberem que ela fazia parte do Corpo de Bombeiros, resolveram pedir ajudar. Fato muito comum a essa profissão.

Essas situações são tão rotineiras que os bombeiros já andam com um kit dentro de sua mochila ou dentro do carro. “Ando preparado com um kit no porta-luvas. Tenho a consciência, sou bombeiro. Você incorpora isso”, enfatizou o soldado Alexandre. Isso se dá a partir do momento em que os militares ingressam na corporação. Ele ainda acrescenta: “Antes, eu presenciava um acidente, olhava e passava direto para resolver meus afazeres. Eu era apenas um curioso. Hoje, desde a época do curso de formação, já vejo de forma diferente, com um olhar clínico. Procuro ajudar em vários lugares”.

Alguns novos militares eram concursados, outros também tinham bons empregos privados, mas abriram mão de tudo para se dedicarem ao ato mais humano, que é ajudar o próximo em qualquer situação, mesmo que suas vidas também estejam em risco. “Poder ajudar encanta. Antes, eu não sabia o que fazer se me deparasse com alguém passando mal. Hoje, sabemos como agir e procuramos fazer o melhor. Sempre ando preparado com luvas e outros materiais de proteção. Pronto pra ajudar”, destacou o soldado Santos Júnior.

A soldada Juliana Barros é dentista há nove anos, possui seu consultório, é também comerciante, mas abandonou essas atividades para se dedicar a salvar vidas. “Apesar de em 2006 abrir vaga para dentista, não fiz o concurso para isso, porque o meu sonho mesmo era trabalhar como bombeira operacional, ajudando nas ruas e não em um consultório, mesmo ganhando menos. Muitos da minha família não queriam apoiar essa decisão, mas estou correndo atrás do meu sonho”, disse Juliana.

Para alguns, os bombeiros são anjos que estão sempre prontos para proteger com suas asas, seres superiores aos homens que dispõem de poderes para ajudar quem mais precisa. Uns acham que são super-heróis que aparecem nos momentos mais difíceis e resolvem a situação da melhor forma possível, lançando uma teia ou raio, ou curando com o poder da mente. Há quem ache que são guerreiros, que utilizam toda a sua força e armamentos na intenção de destruir o inimigo que pode ser uma enxurrada ou desabamento.

Porém, eles são homens. Homens que passam por diversos treinamentos e aprendem técnicas eficazes que ajudam a salvar vidas. Esses homens de carne e osso, e sem forças sobrenaturais, precisam ter bom condicionamento físico, já que sua saúde precisa estar em boas condições para que ele possa se doar à missão. Precisam ser disciplinados para que o trabalho em equipe seja feito de forma honrosa e atenda às expectativas da sociedade.

Uns acham que nasceram pra viver isso, outros aprenderam a viver pra isso, possibilitando o renascimento de muitos que estavam à beira do abismo, mas que através de uma ação pensada, da capacidade de lidar em situações adversas e, muitas vezes, sob pressão e em meio a riscos, não esmorecem e solucionam o salvamento.

Se existe algum super poder nesses homens, esse é o da decisão. O de decidir ser bombeiro, nascendo pra ser ou aprendendo a ser, e de querer ajudar o próximo, mesmo que pondo em risco a sua própria vida. E enquanto o sol gira e estabelece as noites e os dias, o bombeiro continua sendo bombeiro. Em casa, nas ruas, no momento de lazer, em qualquer lugar e em qualquer hora, esse profissional estará apto a exercer todo o seu aprendizado com orgulho e satisfação em ser responsável pela mais nobre missão que é a de salvar vidas.

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