domingo, 15 de novembro de 2009

CIA MÚLTIPLAS FACES LEVA "DE MENTIRINHA NÃO É PECADO" AO ARENA


O 15º espetáculo do projeto Quarta no Arena 2009, será uma comédia rural com muito pecado. A responsável pelo espetáculo é a Cia. Múltiplas Faces, que acontece nas quartas, 18 e 25, no palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso. Os atores entram em cena a partir das 19h30min, e os preços estão cotados entre R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).

O roteiro conta a saga de Ana, uma menina muito religiosa e humilde, que é bastante influenciada por sua devoção, e acha “quase” tudo pecado, a não ser que seja “de mentirinha”.

Seu irmão, Cícero, faz justamente o contraponto, comporta-se de uma forma bem mais desprendida. A mãe dos dois, Josefa, cujo marido é ausente, superprotege Cícero. Há também Zé, um trabalhador rural que busca tudo, menos o casamento com Ana.

Elenco: Gelly Silva e Jabs Barros
Texto: Jabs Barros
Direção: Jabs Barros
Concepção de Luz e Som: Cia Múltiplas Faces
Seleção de repertório: Gelly Silva e Jabs Barros
Figurino: Gelly Silva e Jabs Barros
Cenário: Gelly Silva e Jabs Barros
Luz e Som: Carlinhos Sam e Johnnata Aquino

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ENADE É OBRIGATÓRIO. TER O DIPLOMA DE JORNALISMO NÃO


Parecia um domingo normal, como todos os outros. O sol estava escaldante e a única vontade era de ir a alguma praia com amigos para tomar uma gelada. Só que algo me dizia que eu tinha algum compromisso, mas não conseguia lembrar. Até que, do nada, lembrei: era a prova do ENADE. Quem faltasse à prova não receberia seu diploma ao término do curso. Como assim? Para exercer a função de Jornalista não é necessário o diploma, mas sou obrigado a fazer uma prova para a aquisição de um diploma, diploma esse que não tem validade? Agora deu pane em meus neurônios.

Prestes a ingressar no meu oitavo e último período do curso de Jornalismo, em junho de 2009, recebo a notícia que para o exercício da minha profissão, não é mais obrigatório o uso do diploma. E um pusilânime político chamado Gilmar Mendes ainda teve a cara de pau em dizer “o curso (Jornalismo) deve continuar nos moldes de cursos como culinária, moda ou costura”. Apesar de parecer piada, isso é verdade. Desde quando um médico, um sociólogo ou um filósofo são proibidos de usar sua liberdade de expressão? Se o interesse é colaborar, eles têm total liberdade de fazer isso, mas a questão aí é outra.

A queda do diploma traz uma precarização ainda maior das relações trabalhistas na profissão. Tudo não passa de interesses dos grandes meios de comunicação vinculados a muitos políticos. Todo mundo sabe que um diploma não determina se fulano ou sicrano será um bom profissional, mas isso se aplica a todas as áreas. O direito de ter o diploma está bem além do livre pensar, da liberdade de expressão, como tentam justificar aqueles que são contra a obrigatoriedade do mesmo. Não ter o diploma, é perder o direito de ter privilégios, assim como outras profissões; é sentir a desvalorização e não participar do que é justo. É um retrocesso profissional. Essa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) visa simplesmente favorecer as empresas de comunicação e nada tem a ver com liberdade de expressão ou censura.

Confesso que tentei responder ao questionário do ENADE, mas ao perceber que tudo era muito tendencioso, desisti. Algumas questões queriam mostrar falhas jornalísticas, como se um juiz não errasse numa sentença ou como se um médico não fizesse uma cirurgia errada ou passasse um medicamento não condizente com a enfermidade do paciente. “Errar não é jornalístico, errar é humano.”

Das questões que mais me afligiu, posso citar a que falava do “boimate”, episódio veiculado pela revista veja, e da recente “marolinha”, citada pelo presidente Lula. Qual o intuito da prova? Avaliar se o aluno adquiriu conhecimento suficiente acerca de sua área durante seus anos na Universidade? Ou mostrar que os jornalistas não têm competência para exercer a profissão? O que me parece é que eles estão querendo justificar a queda do diploma com essa prova, afirmando que ter o diploma não isenta o profissional de cometer erros. E não tê-lo exclui essa possibilidade? Todos erram. Aliás, fazer merda é típico de alguns políticos. Ia esquecendo que para ocupar uma cadeira política não é necessário ter uma formação e são esses quem determinam o futuro do país. Puta Sacanagem! Até pra ser gari é exigido o 2º grau completo.

Quando decidi não mais fazer a prova do ENADE, resolvi elaborar um pequeno protesto que, caso não tenha surtido nenhum efeito, pelo menos deixou minha alma lavada. Ao entregar a minha prova, perguntei se eu podia ler as respostas de minhas questões discursivas, mas a fiscal da sala disse que isso não era permitido, mas mesmo assim eu insisti e fui logo dizendo. Os pobres coitados que estavam na sala, após um engarrafamento sem dimensão, um sol de altas temperaturas, em pleno domingão, numa cidade repleta de praias, abdicaram tudo para fazer a tal prova e ainda foram obrigados a me dedicar 1 minuto da atenção. Como não consegui pegar as perguntas ainda, deixo apenas as minhas respostas. Não posso dizer que estão iguais, pois como saí antes, não trouxe o caderno, mas tentarei expor o que fiz:

QUESTÃO 09:

Por que é obrigatório fazer essa prova, se pra ser jornalista não é obrigado ter o diploma? (Nesse momento todos riram. O ENADE me fez uma pergunta e respondi com outra pergunta).

QUESTÃO 10:

Isso não é uma piada. (Essa foi pra quebrar o clima de brincadeira).

QUESTÃO 38:

Eu sei que isso é jogada política. (Silêncio total).

QUESTÃO 39:

Ter ou não ter o diploma? Eis a questão. (Essa é velha!)

QUESTÃO 40:

Qual a motivação em fazer uma prova para aquisição de um diploma, quando se aprova uma lei de não obrigatoriedade do mesmo? (Finalmente respondi algo).

Nenhuma!

Após assinar a lista, saí tão leve e bem melhor comigo mesmo, que nem lembrei da minha sede e muito menos que queria ir ao banheiro. Isso é terapêutico. Preciso fazer mais vezes.

Por Jabs Barros